quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Conflito entre o uso de sílabas ou o trabalho com textos


Com sílabas

A aprendizagem se dá por associações entre o desenho das letras e os sons correspondentes. Usam-se basicamente cópias e ditados, para a fixação de palavras, começando com as unidades mais simples (sílabas) e posteriormente, seguindo em direção às estruturas mais complexas ( letras, sílabas, palavras e frases). Os textos são produzidos após o domínio de todas as famílias silábicas normalmente são desvinculados de atividades práticas ou situações do cotidiano. Por isso, é possível ler somente depois de estar alfabetizado. Privilegia-se a memorização das estruturas gramaticais, deixando de lado a compreensão de mecanismos de escrita. A letra cursiva é treinada desde o início do processo. O planejamento pode ser o mesmo em qualquer ano e em qualquer série.

Com textos

O processo pedagógico inicia-se com o contato, a leitura, a interpretação e a escrita espontânea de textos variados, presentes em situações reais de comunicação, que levam o educando a construir as formas convencionais da linguagem. A compreensão dos significados dos textos é mais importante que a memorização. Acredita-se que interagindo com textos reais, mesmo que não saiba ler convencionalmente, o aluno aprenderá as características da linguagem. O valor sonoro é importante, mas é considerado um conteúdo dentre todos os outros que permitem a aprendizagem e o domínio da leitura e da escrita de textos. O planejamento deve ser feito em função de uma classe real e, portanto, deve ser revisto e analisado sempre. A classe deve ser heterogênea, pois a interação entre os alunos com diferentes níveis de conhecimento favorece a aprendizagem e a circulação de informações.





Com sílabas

Utilizam-se textos artificiais. A cartilha é o material predominante. Os textos de leitura são curtos, simplificados e desvinculados da linguagem usada no cotidiano. O objetivo maior desse tipo de texto é o treino de sílabas e a posição ocupada pelas letras. Raramente usam-se livros de literatura, jornais e etc.

Com textos

É valorizado o emprego de materiais diversos: textos reais (usados no dia-a-dia), literários, informativos. As atividades em classe são enriquecidas com jornais, revistas, livros de historias, canções, textos de embalagens, folhetos de propaganda, gibis e outros materiais de interesse dos alunos. São atividades desafiadoras que se configuram como situações-problema, em que os alunos precisam utilizar o que já sabem, para aprender o que ainda não sabem.





Com sílabas

A ação baseia-se em seguir a cartilha, que estabelece a sequencia de aulas. A professora prepara exercícios de treino de fixação das sílabas estudadas e avalia o desempenho dos alunos por meio dos ditados, leitura em voz alta de palavras e análise estética da letra cursiva.

Com textos

A professora, compreendendo a concepção lingüística das crianças faz a mediação da aprendizagem preparando atividades que ajudam a reelaborar as hipóteses do educando sobre a estrutura da língua. Acompanha o desenvolvimento da turma por intermédio da análise de sondagens da escrita espontânea de textos e de listagens.





Com sílabas

Devem seguir a cartilha, lição por lição, sem autonomia. Aprende o que a professora ensina. Suas idéias sobre o funcionamento da língua não tem importância nessa abordagem.

Com textos

Tem liberdade para criar historias, desenhar,registrar idéias e interpretar as diversas formas de escrita encontradas no dia-a-dia. Desde o principio, é considerado leitor e produtor de textos.


Ideias e sugestões de atividades para a fase alfabética


Quando a criança reconstrói o sistema lingüístico e compreende a sua organização, ela transpõe a porta do mundo e das coisas escritas, conseguindo ler e expressar graficamente o que pensa ou fala.
Nesse momento a criança escreve foneticamente (relação som e letra), mas não ortograficamente. O desafio agora é tornar a escrita ortográfica.

Preparei algumas sugestões, a fim de apoiar os educadores no momento da intervenção. 

- cruzadinha
- reescrever histórias
- estimular a escrita de textos
- buscar significados das palavras em dicionário

Atividades Fase Alfabética - Download Aqui


Bibliografia: COCCÓ, Maria Fernandes e HAILER, Marco Antonio. Didática da Alfabetização - Decifrar o mundo: Alfabetização e socioconstrutivismo.São Paulo: FTD,1996.



quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ideias e sugestões de atividades para a fase silábico-alfabético



Por se tratar de um nível intermediário, é mais uma vez um momento conflitante, pois a criança precisa negar a lógica do nível silábico.
Ninguém consegue ler o que ela escreve e, nesse momento, ela se vê sem saída. Isso acontece principalmente quando ela usa só vogais, porque a mesma combinação de letras serve para escrever muitas outras palavras.
Cabe ao educador propor atividades que levem a criança a refletir sobre a sua escrita e a escrita encontrada em livros, revistas, jornais e etc.

Preparei algumas sugestões, a fim de apoiar os educadores no momento da intervenção.

 organizar frases de um texto conhecido
 criar lista de alimentos, material escolar, nomes e etc.
 bingo de palavras
 escrita de texto coletivo

Atividades fase silábica-alfabética - Download Aqui


Ideias e sugestões de atividades para a fase silabica

Quando a criança chega ao nível silábico, sente-se confiante porque descobre que pode escrever com lógica. Ela conta os “pedaços sonoros”, ou seja, inicia-se a consciência fonológica, colocando uma letra para cada sílaba. Essa noção de que cada sílaba corresponde a uma letra pode acontecer com ou sem valor sonoro.
Preparei algumas sugestões, a fim de apoiar os educadores no momento da intervenção.

 * Bingo de sílabas
 * Jogo da memória (figura e palavra)
 * Pesquisa de palavras em jornais e revistas

Atividade Fase silábica - Download Aqui


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Ideias e sugestões de atividades para a fase pré-silabica


Iniciou-se o ano letivo e para identificar a hipótese da escrita dos alunos, aplicamos a sondagem e no deparamos com alunos que ainda estão na fase pré-silábica. E agora? Quais atividades, nós devemos aplicar para que os alunos avancem para a fase silábica?
Sabemos que nesta fase as crianças representam a escrita por meio de desenho ou grafia de letras, números e símbolos. Precisamos dar funcionalidade social à escrita.

Preparei algumas sugestões, a fim de apoiar os educadores no momento da intervenção.

Criar mural com a lista de nomes
Criar mural com os nomes por quantidade de letras
Criar mural com os nomes por ordem alfabética
Construção do nome com alfabeto móvel

Atividades Pré-silábica - Download aqui


Concepção de ensino-aprendizagem




A aprendizagem e o desenvolvimento são produtos da interação social. Há um conjunto de correntes variadas que, tendo como ponto central a interatividade psicossocial desenvolvem interpretações variadas para as diversas manifestações dos processos de desenvolvimento e aprendizagem.

Pontos básicos para o ensino aprendizagem:
a)   A criança interage com a realidade segundo suas categorias.
b)  A categorização se processa por seleção de informação, geração de proposições e simplificação.
c)   A aprendizagem consiste na mobilização cognitiva para a categorização.
d)  As categorias determinam diferentes signos e significados na aprendizagem.

O fundamento é a interação – criança – assunto e modo de apresentá-lo. O conhecimento de mundo fundamenta-se num modelo representativo da realidade conforme três técnicas:  ação – imagem – símbolo. Por ultimo que o pensamento da criança evolui com a linguagem e dela depende.
Dessa forma, devemos ver o aluno como alguém que já trás para a escola conhecimentos adquiridos da sociedade e é a partir desse conhecimento que nós professores devemos iniciar nossas atividades. A partir do momento em que só se passa conteúdos insignificantes para o aluno, sem respeitar as suas experiências a aprendizagem se tornará um processo mecânico de memorização e estaremos diante da aprendizagem repetitiva.


Sondagem da Escrita


As investigações realizada pela estudiosa Emília Ferrero sobre a psicogênese da língua escrita permitem ao educador atuar como mediador no processo de ensino-aprendizagem.

A sondagem é de grande apoio para o educador mapear o conhecimento dos alunos em relação a escrita, desta forma estruturar materiais para possíveis intervenções. Elaborar aulas capazes de proporcionar avanços na aprendizagem, acompanhar o processo de aprendizagem de cada aluno, bem como criação de portifolios com a evolução da hipótese de escrita ao longo do ano letivo.

Finalidades da Sondagem

Como subsídio para o professor, ela se destaca como um instrumento para analisar as hipóteses de grafia infantil durante atividades lúdicas, que coloca a criança diretamente em contato com desafios da escrita. Consequentemente, a sondagem que deve ser feita individualmente, sempre com palavras e atividades inéditas, possibilita:
Conhecer o que a criança pensa de forma geral sobre a escrita;
Saber qual a lógica que ela utiliza no momento de escrever;
Perceber se ela sabe por que está escrevendo e para que está escrevendo.

Frequência da Sondagem
Por entendermos que a sondagem trata-se de um processo para acompanhar a evolução da escrita dos alunos, a avaliação diagnóstica precisar ser realizada a cada 15 dias ou uma vez ao mês.

Como aplicar a sondagem
Para realizar uma sondagem escolhe-se quatro palavras ( uma polissílaba, uma trissílaba, uma dissílaba e uma monossílaba, nesta ordem) e uma frase de um mesmo campo. Uma das palavras ditadas anteriormente deve aparecer nesta frase.

Exemplo:

Lista de animais
Elefante
Cavalo
Pato

O pato está na lagoa.

Pegue uma folha de sulfite e peça para a criança escrever do jeito que souber as palavras que serão ditadas e coloque o nome e a data no topo da folha. É importante pedir para que a criança leia, apontando as letras e os sinais correspondentes à fala. A partir do material investigado em uma sondagem, pode-se refletir sobre o pensamento da criança e perceber sua hipótese lingüística.


A sondagem deve ser utilizada como:

Instrumento para analisar as hipóteses da criança a partir de atividades significativas, colocando a criança diretamente em contato com o desafio de escrever;
Subsídio para o professor;
Conhecer o que a criança pensa de forma geral sobre a escrita, qual a lógica que utiliza naquele momento para escrever;
Analisar as hipóteses das crianças a partir de uma proposta significativa, que faz parte de uma seqüência de atividades, ela sabe porque está escrevendo e para que está escrevendo, tendo uma função social;
Colecionar produções das crianças: com esse material é possível fazer um acompanhamento periódico da aprendizagem da criança e formular indicadores que permita, ter uma visão da evolução da hipótese de escrita da criança ao longo do processo.

Instrumento para mapear o conhecimento das crianças sobre a escrita;
Material de pesquisa para definir as possíveis intervenções;
Elaborar seu planejamento, propondo situações capazes de gerar novos avanços na aprendizagem das crianças;
Obter dados sobre o processo de aprendizagem de cada criança;

Para mais informações acesse: http://revistaguiafundamental.uol.com.br/professores-atividades/94/artigo252538-4.asp


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Níveis da Escrita

Caracterização da fase pré-silábica

A criança quando está neste nível apresenta algumas fases bem definidas: a fase pictórica, fase gráfica primitiva e fase pré-silábica.

a) Fase Pictórica: a criança registra garatujas e desenhos.
Exemplo:






b) Fase Gráfica Primitiva: a criança registra símbolos ou números misturados com letras.
Exemplos:
NπTB∞J ( CARRO )
VNG7K9L ( ÁRVORE )

c)Fase Pré-silábica: a criança começa a diferenciar letras de símbolos e números.
Exemplo:
TRGHJ ( MOCHILA )
LKSLKJWKN ( BANANA )


Caracterização da fase silábica

A criança conta os “pedaços sonoros”, isto é, as sílabas, e coloca um símbolo ( letra ) para cada pedaço. Essa noção de cada sílaba corresponder a uma letra pode acontecer com valor ou sem valor sonoro.
Exemplos:
JH ( PATO ) YR ( PATO) s/ valor sonoro
PT ( PATO ) AO ( PATO) c/ valor sonoro



Caracterização da fase silábico-alfabético

É um momento conflitante, pois a criança precisa negar a lógica do nível silábico. É quando o valor sonoro torna-se imperioso, e a criança começa a acrescentar letras principalmente na primeira silábica.
Exemplos:
CAVL ( CAVALO )
TOAT ( TOMATE )


Caracterização da fase alfabética

A criança reconstrói o sistema lingüístico e compreende a sua organização.
Exemplo:
Ela que os sons C e A são grafados CA e que S e A são grafados SA e que, juntos significam CASA. Ortográfico: a criança apresenta-se na fase alfabética e necessita da ajuda do professor na ortografia.
Exemplo:
caza, conheceno, moxila, nois, vamus, aí ele foi lá, daí aconteceu.

Hipersegmentação:

a onde
em bora
vi zita

hiposegmentação:

fiquerrendo (fique correndo)
menetinha (minha netinha)
 mucuidado (muito cuidado)